Janelas abertas,
Cortinas ao vento;
Não vejo ninguém
Por fora ou por dentro.

Cadê as pessoas
Que moram aqui?
Saíram de casa
Estão por aí?

E medo não tem
De serem roubadas?
As portas abertas
E escancaradas?

Se eu grito, “ô de casa”,
Ninguém vem olhar;
Estão circulando
Em outro lugar.

Beberam talvez
E dormem sem culpa;
Não eu — outro alguém
Que passe a tal multa.

Morreram, quem sabe,
Há dias atrás;
Melhor é deixar
Os mortos em paz.

Embora é que eu vou,
Está tudo esquisito;
Depois não reclamem
Que nunca visito.