O sono cerca a vida pelos cantos,
Delimita o que temos e podemos,
Nos domina de dentro para fora —
Só permite o que quer e quando quer.

O invisível senhor de nossas mentes
Com fios transparentes nos controla,
Reles marionetes que nós somos;
E nos ilude — achamos ser os donos.

O sonho cerca o sono pelas bordas
E arrasta o incosciente pelo circo
Dos pensamentos íntimos, recônditos —
Somos inertes, infantis brinquedos.

O sono só nos deixa despertar
Porque é com ele que a vigília acaba,
Ou então através de sua irmã,
A bondosa e piedosa e cara morte.