Quem sabe ainda quanto tempo falta
Até o fim da estadia dos humanos
No planeta — emprestado, com certeza,
A exorbitantes juros.

O contrato assinamos faz milênios.
Já procuraram em todas as gavetas
Mas ninguém sabe onde o papel está.
Talvez até queimaram.

As cláusulas nem mesmo conhecemos!
Ruído até que horas se permite?
O lixo onde devemos descartar?
Na escuridão vivemos.

Em pouco tempo — creio — vencerá
O contrato e seremos obrigados
A abandonar as pressas o navio —
E as dívidas pagar!