No fogo do inferno
Só queimam os justos:
Filósofos, padres
E outros que tais.

Os maus, os bandidos
De braços abertos
No céu os recebem
Legiões divinais.

Nós outros na terra
Raízes comemos,
A chuva esperamos,
Fazemos anais.

Aqueles que sobem
Ao céu infinito,
Depois de morrer,
São todos iguais.

No inferno porém
Separam-se as mentes:
Assim são punidos
Os vis anormais.

Na terra rastejam
Os cegos humanos;
Não sabem de nada
Os fracos boçais.