A vigilância é permanente, eterna,
E o oprimido não faz sequer baderna.
A alternativa é o caos — bem ele o sabe;
Discutir, questionar já não mais cabe.

Longos caminhos a esmo percorridos;
Gritos, discursos, verbos vãos grunhidos;
Anos no lixo, planos na lixeira;
Descida abaixo na íngrime ladeira.

A ditadura imposta é necessária;
A liberdade agora é secundária;
A linha é reta, a marcha é retilínea,
E importa do contrato cada alínea.

As cartas foram dadas sobre a mesa;
As chances existiam com certeza.
Constatado o fracasso importa pouco
O que diz quem perdeu ou quem é louco.