Olhos de sangue que habitam no escuro,
Guiai-me até o mestre, que temo e respeito.
Quando me olhardes com ódio e desprezo,
Não duvideis do que tenho no cor:
É só a esperança que além do horizonte
Haja algo mais do que a terra falida.

Dai um recado ao supremo poder:
Nós, os pequenos, sabemos bem pouco;
Sempre a ignorância domina e nos falta
Mente que aguente a verdade opressora.
Somos calados e quedos e estultos;
Nada nos resta senão suplicar.

Olhos de sangue que sugam minha alma,
Não conheceis da justiça o conceito;
Certo ao mais alto não chega meu rogo.
Ora punido serei para sempre,
Único amigo será meu o açoite.
Culpa convosco levai, ó malditos.