O escravo se levanta de seu leito
E de bom gosto faz todas vontades
Dos mestres que impuseram-lhe cabresto
Desde a sua primeira e tenra idade.

Verdade que seus nomes ele ignora,
Mas isto não impede que trabalhe
Com afinco cada dia e cada hora
Para acertar nos mínimos detalhes.

Verdade que ele crê ter livre-arbítrio
E tem um rol de justificativas
Tão claras e tão óbvias e tão vivas.

Mentira, isto não passa de ludíbrio!
Pois à morte andam com fiel certeza
De que as cartas estavam sobre a mesa.