Apanhei de cavaquinho
Numa noite de janeiro.
Eu fui muito devagar —
Precisava ser ligeiro.

Quando vi já me batiam
Sem nenhuma piedade:
A intenção era bem clara
De surrar-me com vontade.

Perguntar até tentei
A razão daquilo tudo;
Mas pediram, convincentes,
Que eu ficasse quieto e mudo.

Sou sincero quando digo
Que jamais esquecerei,
Se a memória não faltar,
Desta noite em que apanhei.