Perdoai-me, Senhores que habitam os montes
Longínquos, pois já não sou mais de vós digno.
Perdi as batalhas, errei os caminhos;
Enchi de vergonhas o diário que levo;
As glórias deixei aos imigos melhores.
A vós não retorno, nem hei de fugir —
O fim buscarei nesta terra maldita,
Que os frutos privou-me do próprio trabalho.
Sim, vivo no eterno nevoeiro e assim, cego,
Bem como vivi também hei de morrer.
Pensai não em mim, mas olhai ao futuro,
Pois creio existir pouca chance entre os homens
De vida tão curta diante daquilo
Que séculos não vão decifrar, nem se vários.
Perdoai-me, Senhores, pois fraco falhei;
Cuidai, se podeis, dos que ficam dos meus.