Pois águas passadas
Não movem moinho;
Só resta esquecer
Com um velho e bom vinho.

Pois águas paradas
Não lavam tecido;
Só resta entender
A dor do mosquito.

Se o tempo passado
É um velho ranzinza,
Só presta escutar
A barba já cinza.

Se o vinho parado
Não presta entender,
A cor do tecido
É fácil doer.

Atrás do mosquito,
Nas águas paradas,
Os tempos já cinza
São dores passadas.

Pois cores já velhas
Não mancham os restos
Da barba cinzenta
Dos velhos honestos.

Os vinhos doídos
Não prestam pra nada,
Pois mancham tecidos
Da vida enfadada.

As pontes paradas
Em dor que não presta
São velhos mosquitos
Que a barba detesta.

Os moinhos são cinza,
Pois nada mais mancha
Os tempos prestados
E a ponte já rança.