Ninguém sabe de nada neste mundo.
Aquilo em que acreditam os mortais
É sonho, é enganação, é só mentira,
É demência de quem se leva a sério.

O oráculo de Sócrates já disse:
Sabedoria é conhecer que o homem
Ao extremo é ignorante do universo —
E a admissão é dever inquestionável.

O vinho que bebeste à meia-noite
Tem o gosto que quer o animalesco,
Egoísta, invejoso, hierárquico ente
Que habita em ti desde os primórdios tempos.

A razão que veneras delinquente
Tem serventia apenas para dar
Sentido às falsidades que alimentam
A tua vida mesquinha de Homo sapiens.