No meio da passagem subterrânea,
Na penumbra que esconde os transeuntes,
No frio que não congela mas que engana;
Havia som de voz e violão.

A paixão das palavras não percebem
E a sutil melodia mal a sentem
Os anônimos passos que atravessam
O palco de concreto e de sujeira.

A canção nunca mais será tocada,
Nem a letra jamais apreciada;
Pois o intérprete morre o derradeiro
Naquele dia mesmo em casa à noite.

Houve tempo, cantavam-na assobios;
Corações já bateram com mais força
Ao ouvir os acordes que a iniciam.
Nunca mais; para sempre está esquecida.