Januário era o nome do dito sujeito.
Um dia Paulão o encontrou todo irado:
Falava bem alto, batia no peito.
“Que foi, Januário, que estás tão zangado?”

Vermelho, enxurrada incoerente ele diz.
Mas entre os resmungos Paulão percebeu
Que o homem mostrava anormal cicatriz:
“Aquilo no braço, como é que se deu?”

Januário explicou que um pirralho uma vez
Tentara matá-lo; falhou o xeque-mate.
E alguém por chacota insinou que ele fez
O talho sozinho, cortando tomate.

Paulão entendia as palavras agora:
Dizia que nada fizera ao bocó,
Porém arrepende-se e, sim, sem demora
O filho da mãe esganaria sem dó.