Havia um colega, demais era estranho:
Ele era mais velho, vestia-se errado;
Um cheiro suspeito, tomava ele banho?
Falava esquisito, era tudo arrastado.

Ainda por cima era burro e insolente;
Ninguém conhecia a razão para tê-lo.
O que se dizia na boca da gente:
Havia um segredo e o guardava com zelo.

Boato existia: que um dia ajudara
Um sócio da empresa com crime violento;
Assim conseguira a conquista tão rara:
Trabalho de um dia, eternal rendimento.

Assim continuava sua vida daninha.
Paulão o ignorava quando era possível.
Um dia, contudo, quebrou-se uma linha;
Um dia, contudo, queimou-se um fusível.