Quantas cidades, quantos edifícios
Que já se foram sem deixar registro.
Lares e templos e salões de reis:
Todos abandonados e esquecidos.

Quantas histórias, lendas e poemas
Que derradeira vez alguém contou
Numa língua sumida desse mundo:
As palavras perdidas do passado.

Quantas vidas, amores, desesperos
Quanta alegria e quanto sofrimento
Que a raça humana já passou conjunta:
Débeis ecos ouvimos disso tudio.

Em pouco tempo integraremos nós
A massa amorfa de um passado obscuro,
Inatingível, velho, irrelvante:
Grãos de areia num mar de indiferença.