https://www.youtube.com/watch?v=jsB–twZgng

De tudo qu#[e é] nego torto
Do mangu#e, do ca=is do porto
Ela já fo=i namorada.
O se=u corp[o é] dos errantes,
Dos cegos, dos retirantes;
É de qu#em nã=o tem ma=is nada.

Dá-s[e a]ssim desde menina:
Na garagem, na cantina,
Atrás do tanqu#e, no mato.
[É a] ra/inha dos detentos,
Das lo=ucas, dos lazarentos,
Dos molequ#es d[o i]nternato.

E também va=i/ ami/úde
C[om os] velhinhos sem sa/úde
[E a]s vi/úvas sem porvir.
El[a é um] poço de bondade,
[E é] por isso qu#[e a] cidade
Vive sempr[e a] repetir:

Joga pedra na Geni!
Joga pedra na Geni!
El[a é] fe=ita pr[a a]panhar,
El[a é] bo/a de cuspir!
Ela dá pra qu=alqu#er um,
Maldita Geni!

Um di/a surgi=u brilhante
Entr[e a]s nuvens flutu/ante
Um enorme zepelim.
Pa=iro=u sobr[e o]s edifíci=os,
Abri=u do=is mil orifíci=os
Com do=is mil canhõ=es assim.

A cidad[e a]pavorada
Se qu#edo=u paralisada,
Pronta pra virar gele=i/a.
Mas do zepelim gigante
Desce=u/ o se=u comandante
Dizendo: “Mude=i d[e i]de=i/a.

Qu=ando vi nesta cidade
Tant[o ho]rror [e i]niqu=idade,
Resolvi tud[o e]xplodir.
Mas poss[o e]vitar o drama
S[e a]qu#ela formosa dama
Esta no=ite me servir.

Essa dam[a é]/ a Geni!
Mas nã=o pode ser Geni!
El[a é] fe=ita pr[a a]panhar,
El[a é] bo/a de cuspir!
Ela dá pra qu=alqu#er um,
Maldita Geni!

Mas, de fato, logo/ ela,
Tã=o co=itada, tã=o singela,
Cativar[a o] foraste=iro.
O gu#erre=iro, tã=o vistoso,
Tã=o temid[o e] poderoso,
Era dela prisi=one=iro.

Acontece qu#[e a] donzela —
[E i]ss[o e]ra segredo dela —
Também tinha se=us caprichos.
[E a] de=itar c[om ho]mem tã=o nobre, # Aqui ele faz hiato no início
Tã=o che=irand[o a] brilh[o e a] cobre,
Preferi/[a a]mar c[om o]s bichos.

A=o/ o=uvir tal heresi/a, # “A ouvir”
A cidad[e em] romari/a
Fo=i be=ijar a su/a mã=o.
O prefe=ito de jo/elhos,
O bispo d[e o]lhos vermelhos
[E o] banqu#e=iro c[om um] milhã=o.

Va=i com ele, va=i, Geni!
Va=i com ele, va=i, Geni!
Você pode nos salvar,
Você va=i nos redimir!
Você dá pra qu=alqu#er um,
Bendita Geni!

Foram tantos os pedidos,
Tã=o sinceros, tã=o sentidos,
Qu#[e e]la domino=u se=u/ asco.
Nessa no=ite lancinante
Entrego=u-s[e a] tal amante
Como qu#em dá-s[e ao] carrasco.

Ele fez tanta suje=ira,
Lambuzo=u-s[e a] no=it[e i]nte=ira
Até ficar saci/ado.
E nem bem amanheci/a,
Parti=u numa nuvem fri/a
Com se=u zepelim prate=ado. # Diérese em “prateado”

Num suspir[o a]livi/ado,
Ela se viro=u de lado
E tento=u/ até sorrir.
Mas logo ra=i/o=u/ o di/a,
[E a] cidad[e em] cantori/a
Nã=o de=ixo=u/ ela dormir.

Joga pedra na Geni!
Joga bosta na Geni!
El[a é] fe=ita pr[a a]panhar,
El[a é] bo/a de cuspir!
Ela dá pra qu=alqu#er um,
Maldita Geni!