Um dia igual a outro, o tempo voa.
A postos armadilhas, ratoeiras,
E, mesmo assim, o tempo escapa impune.
Como o diabo da cruz o tempo foge.

Praticamente eu ouço o tique-taque
De todos os relógios da cidade.
O curioso é que o ritmo dos ponteiros
Acelera de modo perceptível.

Vinte e cinco, então trinta, agora quantos?
Mais de trinta milhões são os segundos
Que eu tenho num só ano — onde eles foram?
Cada vez mais o tempo passa rápido.

Quem sabe se eu olhar o dia inteiro
Para o relógio sem sair da frente
Vou conseguir me convencer que o tempo
Não acelera pelas minhas costas.