Perdi minha caneta,
Fiquei sem documento.
Apátrida eu não sou,
Mas pátria é o que eu não tenho.

A paz é o objetivo,
Fugir é o mal caminho;
O mapa está vazio,
Sugiro desertar.

Escreve alguma coisa,
Copio com carinho.
Escolhe uma saída,
Eu fujo, vou atrás.

A dor dessa agonia
Expira muito em breve:
A linha imaginária
Desenham sem parar.

Agora não tolera
O medo dessa plebe,
Não vêem porque não querem,
Ignora por completo.

Tentei plantar mandioca,
Tentei caçar uma ave,
Mas, preso na cidade,
Falhei na minha empresa.

Fronteiras não existem.
O medo é imaginário.
Escreve na calçada
Com giz de cor vermelha.

O vento é a minha bússola,
Por isso é meu amigo:
Me empurra para frente,
Mister é obedecer.