Um dia vou caminhar
E só parar quando o sol
Morrer no ocaso laranja
E as pernas doídas cansarem.

E quando olhar para trás
Não vou saber de onde vim,
E nem qual foi a distância,
Nem mesmo como voltar.

Importa não qual lugar,
Mas sim quão longe ele está.
Quem sabe mesmo chegar
Sem mais poder retornar.

A sede atávica às vezes
Me chama em sonhos à noite
E diz assim para mim:
Caminha além do horizonte.