Ó café, nossa dádiva divina,
O dia não começa sem teu gosto;
A cor da vida escapa-nos do rosto
Sem ter no sangue a sábia cafeína!

Tudo os programadores a ti devem:
Cada par de parênteses fechado,
Cada trecho de código testado.
E até cada função que eles escrevem!

Nada fica bem feito na tua ausência:
O arquivo em C++ sequer compila,
A mão sobre o teclado só vacila,
O punho dá pancadas sem paciência!

A origem és dos comentários úteis,
Da documentação atualizada,
Da especificação finalizada,
Daqueles “leia-me”s que não são fúteis!

Pelos prazos cumpridos sem demora
Pelos clientes, quietos, satisfeitos,
Pela versão redonda e sem defeitos,
Agradecemos, ó café, agora!

Não fossem as africanas cabritinhas
Que o fruto da cafeeira consumiram
E os pastores com pulos aturdiram,
A fama retumbante hoje não tinhas!

Quando ao programador tu dás a fé,
Garantes que trabalhe até a morte.
Escravos eles são do sabor forte.
Gigante a tua amargura, ó meu café!