Num dia frio com passo forte corre
Fugindo de si mesmo e dos demais.
Quando o ponto final não é conhecido,
Serve qualquer caminho ao viajante.

O calor e o suor e as folhas verdes
É o que os pulmões respiram nesse instante.
A sensação estava lá no fundo,
Já fazia um bom tempo, mas agora…

O presente se quebra com violência:
É o parto do passado e do futuro.
A confusão brotara no imo peito,
E agora, às claras, o terror vencia.

Mais alto, mais além foge o coitado.
E para, estremecido, na beirada
Do penhasco de pedra à sua frente.
O caminho qualquer chegou ao fim.

O pobre era o primeiro a perceber
Que nunca mais feliz seria o homem.
E entre lágrimas quentes, sofredoras,
Arregalou os olhos e gritou.