Bem desconfiava
Que essa vida louca
Não podia ser
Fruto de consciência.

Só o aleatório
Pode argumentar
Que algo faz sentido
Nesta conferência.

Falam vozes velhas,
Choram vozes novas;
Cada um perdido
Numa própria bolha.

Venha a mim a essência:
Números vorazes,
Mortos mas que nunca
Vida alguma tinham.

Nela vou construir
Ninhos impossíveis,
Sonhos questionáveis
E olhos sempre abertos.