Conseguireis, humanos engenhosos,
A admirável façanha de soprar
O espírito nas máquinas de areia
Sem entender aquilo que fazeis.

Construís computadores gigantescos,
Que tendes com memórias infinitas
E que em salões descomunais guardais
Em cópias numerosas e simétricas.

Redes de arquiteturas variadas
Submeteis à pressão de nauseantes
Sensores que detectam como é o mundo,
Em todos os detalhes e arranhões.

E, Dédalos, não vedes que a criatura
Compreendereis tão bem quanto a vós mesmos?
Poderosa destruir ela vos pode,
E sequer a razão conhecereis.