A espiral é de fogo, ela incendeia,
Ela queima e consome o corpo inteiro;
O calor que se espalha é dominante
E anula os inferiores sentimentos.

É um vírus contagiante que não para;
É febre, é coqueluche inevitável;
A cura ninguém busca, ninguém quer:
É uma coreomania confortante.

É instinto do mais básico, mais cru.
É aquilo que as razões inventa próprias
E convence o neocórtex do que quer,
As resistências derrubando todas.

É o esperado espírito divino
Que de Bach escreveu as belas fugas;
É a voz do céu que desce sobre a mesa
E escreve os versos da Odisséia e Ilíada.