Divertidos que fossem os seus sonhos,
Aquela insanidade parecia
Limitada demais à sua cabeça:
Não conseguia ampliá-la ao universo.

Caminhar a fronteira entre loucura
E razão em seus sonhos era fácil,
Difícil é o transporte do conceito
Ao mundo da matéria dura, inerte.

De fato, no universo da razão
É tudo matemática, sem frestas
Para a luz da loucura penetrar:
Um universo estéril, entediante.

E a sua mente é claro, lhe dissera,
Que é ali, na mente, que o segredo está:
O que esperar de um órgão egoísta
E autoritário como o nosso cérebro?