A abelha albininha
De todos é vítima:
Alguns dela riem,
Perseguem-na outros.

A abelha rainha
Caçoa e debocha:
A albina porém
Tomou rivotril.

As cruéis operárias,
Porém, acreditam
Que o sangue da albina
Milagres perfaz.

Não dorme a coitada,
Só voa apressada;
Alguém sempre a segue,
Espiam-na outros.

Um dia cercaram-na
As vis operárias
Com chaves, martelos
E ferros de solda.

Seu sangue drenaram,
Tornou-se um balão
Vazio e branquinho,
Largado no chão.

Sedentes esperam
As ex-companheiras
O evento raríssimo
Do sangue sublime.