Os óculos compraste-os para ver
Além de uns poucos palmos à tua frente,
Mas o teu cérebro animal não deixa
Que vejas as mais óbvias das verdades.

Joga fora os binóculos que tens,
Pois mais do que espiar os teus vizinhos
Não farás; a cabeça é limitada
A receber do mesmo sempre mais.

Até as luas de Júpiter tu vês
Com o telescópio que apontaste ao céu:
Mas as esferas celestiais não podem
As amarras quebrar da tua mente.

Se então examinares o pequeno
Nos neurônios focando o microscópio,
A consciência atrelada continua
À visão primitiva de outras eras.