Eu quero mesmo é desaparecer:
Me perder nas entranhas do planeta,
Caminhar té que as pernas não aguentem,
Em florestas e matos me embrenhar.

Sumir é o que desejo mais que tudo:
A um redemoinho me juntar de vento,
As pipas enrolar nos fios e postes,
Em tufões arrasar costas e sonhos.

Vou escapar, sair da vida velha:
Em águas caudalosas me afogar,
Preservar-me em geleiras ancestrais,
Inundar em torrente o lar dos homens.

A intenção é embarcar e não voltar:
Em lava me queimar incandescente,
Cair e mergulhar no sol longínquo,
Em brasa transformar o mundo inteiro.