Os barcos que partem
Do porto em silêncio
Não voltam de novo:
Navegam pra sempre.

No mar eles ficam
Pescando pessoas
Que mortas se foram
Ao fundo do mar.

As almas penadas
Com cara de peixe
O anzol vai puxando
Do canto da boca.

Não sentem mais nada,
O frio só sofrendo;
E passam as noites
Vagando no barco.