Um bêbado eu sou,
Dirijo eu um carro.
Assim eu me sinto
Na pista da vida.

Porém, sem carteira,
Não sei fazer nada.
Nem sei como pude
Chegar aos oitenta.

Um cego ao volante,
Não vejo a estrada
No meio da vida
Que insisto em viver.

E mais, tetraplégico,
No freio não posso
Sequer apertar:
Assim vou seguindo.