A mensagem que eu li no céu de estrelas
Me dizia que tudo tem seu fim,
Que o supremo senhor chama-se tempo,
Que esperar o amanhã não vale a pena.

Os recados que ouvi no rio corrente
Aconselham a olhar no espelho d’água
E enxergar esta face envelhecida
E piedade sentir ao vê-la triste.

As folhinhas que caem na floresta
Me avisaram que agora já passou
Tudo aquilo que o homem procurava
Com seu sangue, suor e compaixão.

As areias da praia em que nasci
Já anunciavam que o medo é impertinente:
Afugenta a razão, vai se espalhando
E não deixa nem sombra de esperança.