Já sem força, sem vida,
O cãozinho assustado
Reclamar nem consegue
Desta vida de merda.

Sem saber a razão,
Pelas ruas vagara:
Procurando comida,
Escapando dos carros.

Tanto chute levou
E xingões irritados;
Outra vida não soube,
Nenhum dono tivera.

Aproxima-se o fim,
Não vai mais sentir dor.
Durma em paz, senhor cão,
Tenho pena de ti.