Mais dolorosa que a burrice alheia
É a estupidez que me acomete às vezes.
O cérebro se nega a trabalhar
E cita uma desculpa esfarrapada.

A produtividade negativa
É real e atormenta muita gente,
Acontece em famílias das melhores,
Não respeitando raça ou religião.

Quisera eu descobrir do mal a origem
E combater aquilo que me aflige.
Mas nem açúcar nem café me ajudam —
Substâncias não existem que me acudam.

Quando o nível normal de inteligência
Retorna, não consigo ter vontade
De investigar de perto este fenômeno,
Que na literatura deve estar.

Mesmo porque o burro me atrasou
E fez um monte de cagada insana —
E agora esta bagunça estou limpando,
Empregado que sou de gente burra.