As portas abre e o vento deixa entrar
Que leve com a sujeira o documento;
A vida nesse mundo há de acabar:
Que o vento leve tudo sem lamento.

Olha bem o assoalho de madeira,
Pois nunca mais verás algo tão belo;
Pega o neném e pega a mamadeira,
Onde vamos há espaço pro singelo.

Na cozinha as panelas vão bater
Como o sino que acusa o matrimônio.
Pela casa o chão todo vai tremer,
É o anúncio do grande pandemônio.

O vento já vem forte — abre esta porta!
A janela escancara — sente o medo!
Nosso mundo pequeno pouco importa
Pois tudo vai mudar amanhã cedo.