O trem que passou não deixou nem vestígio
Dos homens de preto que nele viajavam,
Poderes remotos, que vêm e que vão,
A casta elegida sem votos ou urnas.

Perguntas fazei, mas sereis sem resposta.
Não vedes que o tempo é valioso demais,
Que ouvir e depois responder é impossível,
Pois sois inferiores em tudo aos senhores.

Porém não penseis que estareis sem amparo:
É para servir-vos melhor que eles partem
Sem nem um olhar vos lançar piedoso.
Estão ocupados com o bem de vós todos.

São tão superiores que mesmo as palavras,
Faladas se fossem aos vossos ouvidos,
Sequer poderíeis sonhar compreender.
O trem ignorai; resignai-vos agora.