Quando a segunda noite terminava
E o sol já se anunciava além dos montes,
Jandir matou o bicho desalmado,
Cravando a lança no seu flanco esquerdo.

Quando se aproximou do bicho morto,
Jandir levou um susto sem tamanho:
A mula sem cabeça se mudara
E agora tinha a forma de um humano.

Sobreveio um terror ainda maior
Quando reconheceu no rosto inerte
A própria face e na água de um riacho
Viu refletida a forma de unicórnio.

Jandir perdeu a humanidade e o nome,
E agora vaga em busca de suas vítimas,
Transformando-se em bichos dos bizarros,
E aguardando a vez dele de morrer.