O escritor
Introspectivamente alucinado,
As letras a correr na tela branca.
As musas loucamente competindo
Para soprar no seu ouvido atento
Na solidão, o tempo não existe:
O ciclo circadiano se desprende
Do sol, do céu, da luz de cada dia.
O ritmo das palavras é que manda.
Reconfiguração dos elementos,
Abandono do lar original,
Atrofia avançada, irrelevante:
São tempos anormais, arrasadores.
Por fora tudo igual, o mesmo aspecto;
Mas na tela os parágrafos desenham
As caminhadas longas que o levaram
Para além dos limites corriqueiros.