Entre o despertar
E o adormecer
Fica a terra estranha
Em que ninguém manda.

Vozes sempre quietas
Nessa hora falam:
Murmurando ficam
Sussurrando sons.

Os portões dos sonhos
Entreabertos se acham,
E o olho da consciência
Não fechou ainda.

Pela perna puxam
Os que estão além;
Eles ódio têm
Deste lado aqui.

Sustos, sobressaltos,
Medo apavorante:
Olhos de verdade,
Sonhos de mentira.

Quando sai a alma
Para passear,
Pelo pé ela escapa,
Com ruidinho típico.

Ou aqui ou lá!
Estou com muito medo.
Quero da fronteira
Ora me afastar.