E se um meteorito se perdesse
E fulminante nos achasse aqui?
Uma bola de fogo velocíssima,
Um clarão na atmosfera, o fim de tudo.

Os megatons garantem liberados
A morte rápida, indolor e certa.
A nação comovida assistiria
A enterros coletivos e chorosos.

Um mega Tom também é um Tom gigante.
Um rato do tamanho de um mamute
Foge aterrorizado de um gatinho
Com as toneladas de um tiranossauro.

No meio do caminho tinha um ônibus.
Na luta pavorosa as bestas caem
E planificam ossos, carnes, nervos
Dos passageiros que da vida escapam.

Melhor seria se surgisse — bum!
Um ensurdecedor e interminável
Ruído das entranhas do planeta
Que mastigasse gente, lata e tédio.

Se alienígenas viessem visitar
E voluntários procurassem loucos
Para os experimentos torturantes,
Para as sondas anais dolorosíssimas;

Levantaria a minha mão bem alto,
Qual CDF que a resposta sabe
À questão feita pelo mestre ao quadro:
Arrebatai-me, pelo amor de deus!

No tédio o tempo tarda o tempo todo.
A mão da morte é o modo mais humano
De cessar o sofrer que até sufoca.
A mão do tédio é: tempo mais sufoco.

A culpada do tédio é a evolução:
Nossos primos longínquos e capazes
De num canto ficar sem fazer nada
Não passaram seus genes adiante.

Tomara que algum deus desocupado
Acorde e vingue-se da raça humana.
Se exterminar a todos sem piedade,
Também a mim o fim trará dulcíssimo.